Por que depois da IATF nasceu menos bezerro do que a taxa de prenhez indicou?

Criador disse que inseminou 91 novilhas Nelore e, destas, 45 tiveram prenhez positiva confirmada, embora somente 34 bezerros tenham nascido. O que pode ter acontecido?

Fonte Giro do Boi

Um criador em Itaúna-MG, disse que começou a fazer cruzamento industrial de sua vacada Nelore com Angus por meio da IATF. Segundo o produtor, o médico veterinário insemiu 91 novilhas em dezembro e, em janeiro, ele confirmou 45 prenhezes positivas por ultrassom. “Porém só nasceram 34 bezerros. O que deve der acontecido?”, questionou Ivo.

O graduado, mestre, doutor e pós-doutor em medicina veterinária Roberto Sartori, pesquisador da Esalq-USP e consultor na GlobalGen, apontou possíveis causas para o problema que, segundo ele, está de fato acima da média.

“Você teve um bom resultado de fertilidade no programa de IATF. Pelos números que você passou, foram quase 50% de fêmeas prenhes em resposta ao trabalho. Só que depois do diagnóstico, de 45 prenhezes positivas, sobraram 34 gestações. Ou seja, você teve uma perda gestacional, provavelmente foi isso, ou perda embrionária ou aborto, em torno de 25%. Isso é bem acima da média que a gente vê nas fazendas com esse tipo de animal. Em geral, são esperados entre 5 e 10% (de perdas)”, comparou o especialista.

Sartori indicou dois problemas que podem estar acometendo as matrizes. “Tem duas coisas que eu posso pensar que podem ter acontecido, se realmente for perda gestacional. Ou você tem um problema de doença infectocontagiosa que está causando aborto, e isso deve ser investigado, ou outra causa que a gente tem visto com potencial para aumentar os abordos e perdas gestacionais tem relação com problemas nutricionais, principalmente quando as vacas emagrecem depois do diagnóstico de gestação”, analisou.

“Se […] as vacas perderem condição corporal de forma mais acelerada, isso também pode estar relacionado à perda gestacional. Então vale a pena você dar uma olhada nessas duas possibilidades”, sugeriu.

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