Pastagens ameaçadas no Oeste da Bahia

Ataques feitos por formigas Quemquém Boca de Cisco e cupins tem gerado preocupação de pequenos e médios pecuaristas na zona rural de Angical, município localizado no Oeste da Bahia.

De acordo com informações, as áreas mais afetadas estão localizadas nas localidades de Junco, Gameleira, Varjão e Ouriçanga, todas na reforma agrária daquele município.

Em busca de informações e tecnologias de combate a estas pragas, foi realizado na manhã do último dia 01, na Câmara de Vereadores de Angical, um evento que promoveu o encontro de pecuaristas e técnicos no assunto. O engenheiro agrônomo José Ângelo ministrou uma palestra abordando variedades de capins menos susceptíveis ao ataque das pragas, bem como técnicas de combate a esse mal que tem atingido as pastagens da região.

Posteriormente o professor de agronomia da Universidade São Francisco de Barreiras (Unifasb), José Neto, em sua apresentação, reforçou a necessidade de melhorias nos tratos culturais das pastagens existentes. Para ele, o ataque de formigas e cupins só estão ocorrendo porque as pastagens não estão sendo manejadas ou estão sendo feitas de formas incorretas. “Uma planta bem adubada, em solo corrigido, as chances de ataques de formigas e cupins são praticamente zero. Os criadores precisam mudar seus hábitos de pastejo, investindo em adubações e correções de solo, divisão da área em parcelas menores para promover uma rotação de pastejo, evitando que os animais baixem demais o volume do capim”, disse José Neto, enfatizando que os animais devem ser soltos nas pastagens quando ela atingir uma média de 80 cm e retirados quando o capim estiver com 40 cm. “Com isso evitaremos que o animal atinja a parte central da planta, o que fará com que ela solte vários perfílios, atrasando ainda mais a sua recuperação foliar”.

Entidade que representa os pecuaristas do Oeste da Bahia, a Acrioeste deu apoio ao evento numa forma de fortalecer a cadeia produtiva da pecuária regional. “A Acrioeste compartilha com todos a mesma preocupação que tem gerado dúvidas e angustia nos pecuaristas de Angical. Esse problema vem se alastrando nas pastagens do município e tem causado prejuízos econômicos aos criadores e esses prejuízos acabam trazendo um caos social, uma vez que o município de Angical tem na pecuária sua principal atividade”, lembrou Mario Cezar Mascarenhas, presidente da Acrioeste.

“Vivemos do gado, o gado vive das pastagens e as pastagens necessitam da terra. Quando quebramos essa corrente, saímos todos perdedores. Não existe problema que não tenha solução, por isso estamos aqui, juntos, pecuaristas, associação e técnicos em busca dessa solução”, concluiu o presidente da Acrioeste.

Além de Angical, os municípios de Riachão das Neves, Cotegipe e Wanderley também começam a ter prejuízos em função do ataque dessas pragas.

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