Moscas dos estábulos: como resolver o problema na fazenda?

Solucionar o problema requer uma combinação de higiene do ambiente, tratamento nos animais e identificação do criadouro dos insetos

Fonte Giro do Boi

Segundo o médico veterinário Guilherme Vieira, não é possível controlar moscas dos estábulos somente com pulverização de inseticidas mosquicidas o ambiente e/ou nos animais.

Ao mesmo tempo, o veterinário admitiu que sente prazer em atender fazendas com o problema, já que medidas fáceis de executar, como limpeza do ambiente, por exemplo, surtem efeito rápido e aliviam os animais.

Além disso, alivia também o bolso do pecuarista – as moscas dos estábulos causam prejuízo anual de US$ 400 mi no Brasil. “E por que esse prejuízo? Há uma perda significativa na produção de carne, leite e ovos. […] Além do estresse dos animais, gastos com medicamentos e serviços”, ressaltou.

ATAQUE DAS MOSCAS DOS ESTÁBULOS

Conforme contou Vieira, os insetos atacam pela manhã e final da tarde, nas horas mais de temperatura mais amenas do dia. “Essas moscas se escondem durante o dia. Após o repasto, após a sua nutrição diária, a sua alimentação diária, elas vão fazer a sua digestão em locais cobertos, longe do sol, protegidas na sombra. E passam o dia todo nesse marasmo, fazendo a sua digestão. No final do dia, elas saem de novo para fazer o seu repasto, a sua nutrição”, explicou.

Logo depois, o especialista completou a lista dos locais preferidos dos insetos. “Elas ficam presentes nos mourões, nas paredes dos estábulos, nos currais, nos mourões dos currais, nas cercas e em tudo quanto é lugar que tenha sombra. Elas vão ficar próximas às áreas de matéria orgânica em decomposição e também próximas ao alimento delas, que são os animais”, disse.

Juntamente com essa seletividade de horários, o local de ataque também chama atenção. As moscas dos estábulos atacam nas partes mais baixas do gado, nos membros, nas orelhas, evitando qualquer tentativa de o animal se livrar delas. Daí vem todo o estresse dos animais.

HIGIENE DO AMBIENTE

Finalmente Guilherme listou as medidas que podem começar a resolver o problema. Antes de tudo, uma limpeza geral é essencial. “Remover todos os dejetos, fazer uma esterqueira para tratamento e curtimento dos dejetos orgânicos. No caso de confinamento, no final do período, você recolhe esses dejetos todos. […] A penetração desse raio solar destrói tudo quanto é larva. Além disso, você deve dar um destino legal para seus resíduos de silagem, um destino legal para os restos de ração, fazer a limpeza dos cochos. […] E seguir com limpeza e higiene constante do curral”, destacou.

Enquanto trabalha na higiene das instalações, o pecuarista deve encontrar o criadouro das moscas dos estábulos e deu pistas de onde pode estar. “Se tem um foco de matéria orgânica em decomposição, seja no fundo de baia dos cavalos ou em qualquer local, você deve observar esse foco”, orientou.
Imediatamente após identificar o local, deve-se jogar uma lona por cima, ao passo que o calor e a fermentação inativarão as larvas. “Outra coisa que você pode fazer também: revolva toda essa matéria orgânica três vezes na semana. Revolver, observar a presença de larvas e pode fazer uma pulverização em cima desses dejetos que você vai matar essas larvas”, acrescentou.

CUIDADO COM A PULVERIZAÇÃO

Nesse sentido, o veterinário reforçou que a pulverização não deve ser feita de maneira nenhuma diretamente sobre os animais pela alta concentração de princípios ativos. “Pode vir a intoxicar o gado”, alertou.

Do mesmo modo, para aliviar o estresse e melhorar o bem-estar animal Guilherme sugeriu além das medidas de higiene o uso de produtor pour-on. Em suma, tratando os animais, higienizando o ambiente e inativando o criadouro das moscas dos estábulos, o problema estará solucionado.

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