Fonte Globo Rural | Foto: Cibelle Bouças
Cerca de 5 mil produtores de leite participam nesta segunda-feira, 18, de uma manifestação, no Expominas, em Belo Horizonte, em defesa da pecuária de leite nacional. O evento, chamado de ‘Minas grita pelo leite, foi realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e também reúne lideranças políticas do Estado.
O grupo defende a suspensão imediata das importações de leite, principalmente da Argentina e do Uruguai, onde os produtores recebem subsídios. A Faemg também defende a adoção de medidas compensatórias para os produtores de leite nacionais, plano para renegociação das dívidas dos produtores e inserção permanente do leite nos programas sociais do governo.
“Nós somos firmes e resilientes, mas competição desleal não dá”, afirmou o presidente da Faemg, Antonio de Salvo.
De acordo com a Faemg, Minas Gerais possui 216,5 mil produtores de leite, com uma média de produção de 200 a 250 litros de leite por dia. A maioria é de pequenos produtores.
Octaviano de Souza Filho é um exemplo. Pecuarista em Bocaiúva (MG) há mais de 40 anos, o produtor diz que os preços do leite não têm compensado os custos produtivos.
“Espero um reconhecimento do governo federal de que não é possível continuar importando leite com subsídios “, afirmou. Souza diz que o preço do leite ao produtor caiu de R$ 3 para R$ 1,80 o litro e o custo de produção não acompanhou essa queda.
Importação
Em 2023, a importação de leite em pó cresceu 68,8% em relação a 2022, para o equivalente a 2,2 bilhões de litros. Desse total, 53,5% vieram da Argentina e 35,8% do Uruguai.
Os produtores dizem que o preço do leite despencou principalmente em função do aumento das importações.
“Ficou inviável produzir leite dentro da porteira e nós precisamos urgentemente de uma ação de apoio ao setor” disse o produtor Luiz Carlos Rodrigues, de Uberaba (MG). Ele produz 10 mil litros de leite por dia, em média, e diz que está impossível ter algum lucro na produção atualmente.