Manejar bem o pasto oferece ao pecuarista maior retorno econômico em menos tempo

Apesar de classificar como “catastróficos” os dados de degradação de pastagens, zootecnista ponderou que resultados da recuperação com manejo de pasto são animadores

Fonte Giro do Boi

Nesta terça-feira, dia 11, a doutora em zootecnia Janaína Martuscello, professora da Universidade Federal de São João Del-Rei, em Minas Gerais, concedeu entrevista ao Giro do Boi para tratar a importância do manejo de pasto na pecuária brasileira.

Martuscello, que é mentora do tema pastagens no programa de capacitação em gestão e comparação de resultados Fazenda Nota 10, classificou como “catastróficos” alguns dos dados que dizem respeito a pastagens no Brasil, sobretudo na degradação de áreas.

Ao mesmo tempo, a especialista ponderou que os resultados de recuperação dessas áreas são animadores. “Então isso é que é interessante. Nós temos produzido cada vez mais em menores áreas. Então a gente tem recuperado muito bem as nossas áreas de pastagens, o pecuarista tem essa consciência hoje”, analisou.

Em seguida, Martuscello sustentou o motivo de o produtor focar na produção a pasto. “Eu costumo dizer que quando o pecuarista tem a compreensão de que o bem mais precioso que ele tem na fazenda é o capim, tudo muda em relação a rentabilidade e a capacidade de retorno dessa propriedade. Então tem havido uma conscientização muito grande dos produtores em relação a isso, o que me deixa bastante contente”, celebrou.

SEU PASTO É LAVOURA, SEU DINHEIRO É CAPIM E NO PASTO É MAIS BARATO

Logo depois, a zootecnista sintetizou o seu pensamento a respeito da importância do manejo de pasto dentro da porteira. “Seu pasto é lavoura. Seu dinheiro é capim. E no pasto é mais barato”, disse em suma.

“Essa é a nossa proposta. Fazer o pecuarista entender que essas três frases devem nortear o manejo de pastagens para que a gente consiga resolver essa problemática de áreas degradadas. Porque pastos bem manejados sequestram carbono, entregam bons resultados de produtividade e, como eu falei, maior sustentabilidade social, ambiental e econômica”, destacou.

Conforme ressaltou Martuscello, o manejo de pasto é a mudança simples que tem maior potencial de retorno ao pecuarista. “Manejar bem o pasto é aquilo que vai te dar maior retorno econômico em menor intervalo de tempo. Então é um investimento que muitas vezes pode ser até baixo, porque são estratégias simples, como, por exemplo, descansar um pasto. Às vezes fazer divisão. E não estou nem falando do rotacionado, só diminuir um pouco o tamanho dos pastos pode trazer resultados extremamente expressivos”, ilustrou.

CASOS DE SUCESSO

Posteriormente em sua entrevista ao Giro do Boi, a consultora apresentou casos de sucesso de fazendas que mudaram seus resultados melhorando o manejo de pasto. Em primeiro lugar, o da Fazenda Barra, em Cassilândia-MS, que fez uso do Capiaçu para garantir a segurança alimentar do rebanho na seca; da Fazenda Caruru, em Nova Monte Verde-MT, que ajustou a altura de pastejo do Mombaça para extrair todo o potencial da pastagem; e da Fazenda Flor da Serra, do Grupos Novapec, em Rondonópolis-MT, que apresentou problemas com o percevejo castanho.

Nesse último caso, a zootecnista orientou que haja diversificação de pastagens para dificultar a proliferação do percevejo. Além disso, em solos arenoso, que facilitam a proliferação da praga, a renovação de pasto com integração lavoura-pecuária também pode ajudar a quebrar o ciclo do percevejo.

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