Impacto dos parasitas na pecuária e importância de seu controle

O Brasil possui aproximadamente 214 milhões de cabeças de bovinos, o que o torna o maior rebanho comercial do mundo, em volume de animais, a índia é o primeiro. Quando analisamos a produtividade média do rebanho bovino brasileiro percebemos que os níveis ainda são muito baixos quando comparados a outros países no mundo e necessitam ser rapidamente incrementados, dentre eles a taxa de abate, que no Brasil está em torno de 25 % e como referência os EUA possuem 35%, ou seja, a cada gargalo da produção, a rentabilidade do negócio diminui.

Como mencionado sobre rentabilidade da atividade pecuária, esta pode ser diminuída significativamente pelos efeitos dos parasitas tanto internos quanto externos que afetam os bovinos. As perdas econômicas no Brasil, foram estimadas em aproximadamente $13,96 bilhões (GRISI,2017). Para esta conta foram consideradas as perdas potenciais que somam os prejuízos reais causados pelos parasitas, a perda de produtividade, os investimentos em medicamentos e ainda o reflexo desta perda de produtividade para a indústria. O grande causador deste prejuízo são os vermes internos, estes representam cerca de 51 % das perdas geradas por parasitas. Estima-se que cada bovino parasitado pode deixar de ganhar até 41 Kg por ano, ou seja, o parasita consumindo mais de duas arrobas de carne de cada animal não tratado.

Para que possam conhecer, segue quadro com os principais parasitas dos bovinos:


Considerando estes prejuízos e o que temos hoje no mercado de medicamentos para controle de parasitas tanto interno quanto externos, desenvolveu-se o conceito de controle estratégico parasitário.

Para se montar este controle temos que levar em consideração alguns pontos importantes. Nos animais, a idade, a raça ou grau de sangue, a susceptibilidade individual, o status nutricional e o comportamento de pastejo são pontos de extrema importância ao montar um programa estratégico. Ao considerar o ambiente, levamos em conta a topografia, cobertura de solo, aguada, clima, pluviosidade e tipo de pastagem. Ainda devemos ter o cuidado de avaliar os parasitas, neles avaliamos a resistência, infecciosidade, especificidade, distribuição e concentração parasitária.

Avaliados todos os pontos considerados, viabilizamos com as drogas presentes no mercado veterinário no programa de controle estratégico. Atualmente o conceito desenvolvido na EMBRAPA do 5-7-9 ou 5-8-11 é muito utilizado pois consideramos o 5, mês de maio (entrada da estação seca) ou seja aplicar um produto a base de ivermectina 1,13% ou doramectina 1,10% viabiliza muito os animais diminuírem seu desafio de parasitas, tanto internos quanto externos para enfrentar a escassez de matéria seca (pastagens). A aplicação do 7 ou 8, dependendo do controle, seria relacionado ao mês de julho ou agosto, nesta época do ano, a seca já está estabelecida em grande parte do país, ou seja o desafio para ectoparasitas é menor e os parasitas estarão se refugiando dentro dos animais, por isso é interessante uma aplicação de Fosfato de Levamisol concentrado, pois este elimina grande parte da verminose presente nos animais. A outra aplicação seria realizada no mês 09 ou 11, que seriam os meses que se inicia a estação das aguas, e realiza-se uma aplicação de um produto longa ação, geralmente uma ivermectina 3,15%, pois este fará com que os animais passem tranquilamente pela estação de melhor pastagens com menor desafio tanto para ecto quanto para endo parasitas.

Devemos considerar ainda que animais proveniente de compras deve receber um tratamento antiparasitário logo na chegada a nova propriedade pensando em evitar uma contaminação das pastagens, não é rotina realizar exames nos animais para saber sobre a carga verminótica devido à dificuldade de locais para exame, por isso uma aplicação estratégica de Doramectina 1,10 % na chegada dos animais faz esta limpeza tanto de parasitas internos quanto externos.

O Uso de “pour on” para controle de ectoparasitas é extremamente importante também para auxiliar o controle estratégico, pois contamos com produtos a base de Cipermetrina, Clorpirifós e Butóxido de Piperonila (PBO) que é extremamente eficaz contra moscas e auxilia muito bem no controle de carrapatos. Para controle dos carrapatos especificamente, o Fluazuron tem um trabalho extremamente importante no controle deste parasita nos animais e nas pastagens.

O controle estratégico é uma ferramenta prática, eficaz e rentável que deve ser utilizada da forma correta evitando os prejuízos provocados pelos parasitas.
Dúvidas, consulte um Coordenador Técnico de Pecuária da Biogénesis Bagó. 0800 701 0752

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