Estudo aponta que mais de 40% dos pecuaristas erram na suplementação

Fonte Giro do Boi

Em entrevista ao Giro do Boi nesta quinta, 10, o engenheiro agrônomo pela Esalq-USP Felipe Bortolotto, consultor técnico nacional de bovinos de corte da Nutron/Cargill, apontou algumas das principais descobertas de levantamento de benchmarking realizado pela companhia e divulgado recentemente.

O estudo analisou o desempenho de 26 fazendas em regiões distribuídas por 80% do território nacional com um rebanho total de 272.839 cabeças.

Bortolotto chamou atenção para um dado alarmante revelado na conclusão do levantamento. “O principal dado que a gente está mostrando e levantando é que em 56% (das propriedades que participaram) dessa análise, os animais estão sendo suplementados dentro da recomendação de rótulo do produto. […] Em 28% da nossa análise de consumo dos clientes, deu subconsumo. Consumo abaixo (do recomendável). E em 16%, deu superconsumo”, quantificou o agrônomo.

“Ou seja, eu posso falar que um pouquinho mais da metade (do gado) está lambendo certo, está com a dose certa, está atingindo os níveis de micro, o que eu preciso de macronutrientes, tudo certo. Agora tem um terço a 40% que (não está lambendo a quantidade certa) e a gente não sabe qual é o impacto disso”, preocupou-se.

Para evitar problemas com sub ou superdosagem, Bortolotto recomendou que as fazendas instituam rotinas de checagem da mineralização. “Qual é o requerimento para fazer um quilo de ganho de peso? Qual é o requerimento para ter um bezerro desmamado de 200 quilos? Isso tudo é calculado e a suplementação entra para isso acontecer. Então se a gente tem certeza de que só em 56% dos casos eu estou dando a dose certa de macro e a dose certa de micronutrientes, como eu estou gerenciando esse gap? Se eu não tiver uma rotina de checagem, lá na frente, quando vier o dado, eu vou olhar só o retrovisor, eu vou olhar o leite derramado”, alertou.

O especialista salientou que em propriedades que têm em seu quadro de colaboradores um funcionário destacado para a função de salgador, o problema é menor. “Outro dado interessantíssimo. As melhores fazendas, com os melhores consumos dentro da meta, são aquelas fazendas que em seu organograma têm a função de salgador. O profissional tem o cargo de salgador da fazenda. Tudo que tem de cobrança por falta de sal, sal velho no cocho, se não anotou a ficha de consumo, é responsabilidade dele. Então a gente costuma falar que quando tem essa função, eu consigo estabelecer a responsabilidade e autoridade na operação”, analisou.

“O ciclo é longo, então eu tenho que ter bons pontos de checagem ao longo do caminho para não ter essa surpresa final e tenho que lembrar que o patamar da valorização do produto que eu estou produzindo, que é a arroba, mudou. […] O produto que a gente tem dentro da porteira está muito valorizado. Nós temos que criar condições de checar a nossa rota ao longo do tempo, não podemos deixar, no final, ver o que vai acontecer. Então é isso que o benchmarking se propõe a discutir”, observou Bortolotto.

Para ter acesso ao estudo completo de benchmarking da Nutron/Cargill, o agrônomo recomendou que os interessados procurem a equipe da companhia por todo o país. “Procure o pessoal da nossa equipe, sejam representantes, sejam nossos coordenadores de campo. Procure o profissional da Nutron mais próximo de você, ele vai ter o benchmarking completo, ele pode apresentar, pode mostrar e discutir os dados”, indicou.

Já para que a sua fazenda integre o próximo estudo, Bortolotto informou que é preciso estabelecer parceria com a empresa e, deste modo, o produtor estará apto a participar do benchmarking da próxima safra.

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