El Niño tem 95% de chance de continuar até março de 2024

Segundo informações meteorológicas, há 70% de chance de que um El Niño de forte intensidade se desenvolva em outubro ou novembro

Fonte Scot Consultoria

O Centro de Previsão do Clima (CPC), ligado ao Serviço Nacional de Meteorologia da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos, prevê uma probabilidade de mais de 95% de que o padrão climático El Niño continue até março de 2024.

O CPC declarou em nota que, em agosto, as temperaturas da superfície do mar estavam acima da média ao longo do Oceano Pacífico equatorial, com um fortalecimento na região central e leste-central.

Chances de um El Niño forte

A CPC coloca a probabilidade de um El Niño “forte” em 71% agora, explicando que um fenômeno mais potente nem sempre resulta em impactos significativos. No entanto, o CPC alerta que o padrão climático pode afetar diferentes regiões de maneiras distintas.

O El Niño aquece as temperaturas da superfície do oceano no Pacífico central e oriental, potencialmente desencadeando fenômenos climáticos extremos, desde incêndios florestais até ciclones tropicais e secas prolongadas. Eventos de El Niño geralmente ocorrem a cada 2 a 7 anos e têm duração de 9 a 12 meses. O fenômeno atual chegou mais cedo este ano.

Em julho, a Organização Meteorológica Mundial alertou que o El Niño deste ano pode resultar em temperaturas recordes e condições climáticas extremas.

O último evento de El Niño forte aconteceu em 2016, o ano mais quente registrado.

Impactos do fenômeno no Brasil

Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operações e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, aponta o El Niño como uma das causas da combinação de sistemas meteorológicos impactando o Rio Grande do Sul.

Ele adverte que o fenômeno ainda não atingiu sua intensidade máxima e não descarta a possibilidade de ocorrências semelhantes nos próximos meses.

A previsão indica chuvas acima da média no Sul do Brasil até, pelo menos, novembro.

O El Niño tem efeitos distintos na América do Sul, resultando em chuvas intensas no Sul e condições secas no Norte/Nordeste, alterando os sistemas frontais e suas chuvas associadas durante seu período.

Durante o fenômeno, o Sul do Brasil recebe precipitações frequentes e volumosas devido às frentes frias. O padrão climático regional se transforma, gerando chuvas no Sul e seca no Norte/Nordeste, à medida que o El Niño modifica as massas de ar quente e frio, afetando a ocorrência de chuvas. Durante esse período, as frentes frias têm uma tendência a se deslocar mais frequentemente para o Sul do Brasil.

Segundo Seluchi, “Em anos de El Niño, observa-se um aumento na frequência de frentes frias estacionando sobre a região Sul”.

Isso ocorre devido ao aquecimento próximo ao Equador, que intensifica os jatos de vento na alta atmosfera, influenciando o comportamento das frentes frias, que tendem a se deslocar mais para o Sul durante o fenômeno. Os jatos controlam essas frentes e, durante os anos de El Niño, resultam em maior quantidade de chuvas na região Sul devido a essa alteração na dinâmica atmosférica.

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