Dados da competitividade da pecuária de corte do Brasil

A competitividade da pecuária de corte do Brasil segue como uma das melhores do mundo, aponta dados de 2019

Fonte Farm News | Adaptado do Cepea

A Conferência do Agri Benchmark Beef realizada em 2020 – de forma on-line – mostra que a pecuária de corte brasileira segue se destacando no comparativo mundial. Vale destacar que o Brasil é representado pelo Cepea em conjunto com a CNA.

E, mais uma vez, observa-se que as fazendas brasileiras, seja na produção de bezerros, seja na engorda dos animais, estão na lista das mais competitivas do mundo, com os menores custos de produção.

Nesse sentido, o País reforça seu importante papel de fornecedor mundial de carne, ajudando a garantir a segurança alimentar. De modo geral, verifica-se que a atividade pecuária nacional vem evoluindo em quatro pilares da produção: genética, pastagem, sanidade e nutrição. No entanto, fica evidente, também, que o Brasil precisa melhorar alguns indicadores zootécnicos, o que resultaria em aumento da produtividade e em consequente redução ainda maior dos custos.

O Farmnews apresenta alguns dados da pecuária de corte do Brasil entre os anos de 2014 e a expectativa para 2021. Afinal, como evoluíram os dados de rebanho, produção, consumo e exportação de carne bovina brasileira ao longo dos últimos anos?

O relatório do Agri Benchmark Beef, que traz os resultados de 2019, mostra que 7 das 10 fazendas com os menores custos na produção de cria estão na América do Sul, sendo estas na Argentina, Brasil, Colômbia e Uruguai. E dentre todos os países participantes, o menor custo é verificado em uma fazenda do Cazaquistão.

Considerando-se apenas as propriedades dedicadas à cria da América do Sul, a que registra o menor custo é a da Argentina, com US$80,95/100 kg de peso vivo (PV). No Brasil, a propriedade mais competitiva produz um bezerro ao custo de US$98,30 – o País participa com dados de seis fazendas típicas de importantes regiões pecuárias, com os custos do sistema de cria variando entre US$98,30 e US$216/100 kg de PV. Estes menores valores estão atrelados aos custos mais baixos na produção de alimentos, baseado na pastagem – característica do Brasil – com a disponibilidade da terra.

Já na outra ponta, das 10 fazendas típicas com os maiores custos na produção de bezerro, 9 são europeias, variando entre US$537 e US 2.120/100 kg de PV. Os maiores custos são verificados em fazendas típicas da Suíça, Áustria, República Checa e Alemanha. Uma fazenda da Tunísia também está entre as 10 com maiores custos, calculado em US$611,39.

E por falar em competitividade da pecuária de corte do Brasil, vale ressaltar que em 2020 os custos de produção tem sido pressionados pelo preço do bezerro em patamar histórico e, igualmente, dos grãos!

Pois é, embora os dados apresentados sejam de 2019, o cenário de 2020 tem se mostrado ainda mais desafiador para o pecuarista brasileiro.

Para a engorda, o cenário não é diferente, com custos mais baixos em países sul-americanos e elevados nos europeus. Os gastos variam entre US$141,47 na Argentina e US$3.182 por 100 kg de PV na Suíça.

Entre as 10 fazendas típicas com os menores custos de produção, 8 estão na América do Sul (Argentina, Brasil, Colômbia e Paraguai) e duas da África (Namíbia e África do Sul), com os valores variando entre US$ 141,47 e US$ 257,83 por 100 kg de PV. O Brasil aparece com duas fazendas típicas entre as 10 de menores custos, variando de US$ 211,08 a US$ 234,48/100 kg de PV.

Já para as fazendas de maiores custos, 10 delas apresentam valores acima de US$800/100 kg de PV, variando de US$841 na República Tcheca a US$3.182/100 kg de PV na Suíça. Além do custo da terra, o encarecimento se deve aos gastos com silagem. Uma fazenda do Marrocos e outra da Austrália completam os países com os mais elevados custos.
Na comparação dos dados de engorda, o Brasil participa com dados de 8 fazendas típicas, com os custos desse sistema variando entre US$211 e US$711,5/100 kg de PV. Essa ampla diferença se deve aos distintos fatores de produção empregados em sistemas de engorda brasileiros e à região pecuária.

O que chama a atenção nas fazendas brasileiras de engorda é que há uma com o sistema a pasto (US$211,08/100 kg PV) e outra com terminação em confinamento (US$234,48/100 kg PV) com pouca diferença nos custos, o que evidencia a eficiência na produção de confinamentos brasileiros.

Dentre todas as propriedades mundiais com engorda em confinamento representadas no Agri Benchmark, apenas três (Argentina, Colômbia e Namíbia) apresentam custos inferiores aos do Brasil. Já para a engorda em pastagem, somente duas fazendas – uma na Argentina e outra na Colômbia – são mais competitivas que a brasileira. Vale lembrar que o rebanho bovino na Argentina é um pouco superior a 50 milhões de cabeças, e na Colômbia, ao redor de 25 milhões de cabeças, segundo dados do USDA. Já o rebanho brasileiro é estimado em 214,7 milhões de cabeças pelo IBGE.

E além da competitividade da pecuária de corte do Brasil, vale destacar que a produção de carne bovina no País tem igualmente avançado nos aspectos relacionados a sustentabilidade.

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