China faminta leva 10% da carne brasileira

Fonte revista DBO

A China responde atualmente por quase 10% do consumo de toda a produção brasileira de carne bovina, segundo demonstra um artigo analítico assinado pela pecuarista e médica veterinária Lygia Pimentel, diretora executiva da Agrifatto, em parceria com o economista Yago Travagini.

Segundo os analistas, a China teve participação de 34% sobre as exportações brasileiras em março. Em abril, o marketshare chinês foi de 31%. A consultoria projeta uma produção brasileira de 623 mil toneladas de carne bovina em março de 2020, o que dá somente à China uma representativa participação de 8% (ou quase 10%) sobre o consumo de toda a produção brasileira de carne bovina.

Se considerarmos todos os clientes internacionais, nosso share exportado em março ficou em quase 25%, patamar acima,da média histórica, que gira em torno dos 20%”, acrescenta a consultoria.

Os números apresentados acima servem para mostrar, entre outros efeitos, o “poder” da China sobre o comportamento nos preços internos do boi gordo – no caso do momento atual, o “poder de manter a arroba em patamares elevados” (em torno de R$ 200, em São Paulo), mesmo com os abates atuais em queda (ou seja, mesmo com a redução de interesse da indústria pela matéria-prima, devido ao enfraquecimento do consumo interno ocasionado pelo atual período de quarentena da população (medida de contenção do avanço da Covid-19).

O artigo da Agrifatto concluí que a participação da China na compra da carne brasileira mantém o mercado sustentado como um todo, mesmo em período de virada safra/entressafra, enquanto a operação de mercado interno sofre por não participar da remuneração dolarizada. “Isso justifica a desaceleração geral dos abates, que é proveniente principalmente de unidades focadas na operação de mercado interno”, afirma.

Além da China, os frigoríficos do País aumentam as entregas de carne para outros clientes, devido sobretudo ao avanço da competitividade do produto brasileiro diante de uma taxa de câmbio totalmente favorável ao setor exportador. “Nem só de China vive o homem; o dólar voando acima de R$ 5,50 torna outros mercados interessantes também”, destaca a Agrifatto.

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