Arroba do boi e carne registram preços recordes, diz Cepea

Agroemdia

A pecuária brasileira vive um momento de cotações elevadas. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, os preços da arroba negociada no mercado paulista e os da carne no atacado da Grande São Paulo alcançaram patamares recordes reais. O cenário de alta é impulsionado pela demanda aquecida nos mercados interno e externo e pela redução da oferta de bovinos prontos para o abate.

Nessa quarta-feira 13, o Indicador do boi gordo ESALQ/B3 fechou a R$ 190,95, bem próximo do recorde real, de R$ 191,89, registrado em abril de 2015 – todos os valores da série histórica do Cepea, iniciada em 1994, foram deflacionados pelo IGP-DI de outubro de 2019.

No acumulado parcial deste mês (de 31 de outubro a 14 de novembro), o Indicador registra avanço de 12%. Levantamentos do Cepea, inclusive, já tem verificado que a arroba chega a ser negociada por R$ 200,00 em algumas regiões do estado de São Paulo.

O preço da carne (carcaça casada de boi, formada por 48% de traseiro, 38% de dianteiro e 14% de ponta de agulha) negociada no atacado da Grande São Paulo, tem atingido sucessivos recordes reais da série do Cepea, iniciada em 2001, desde sexta-feira 8.

Nessa quarta-feira 13, a média à vista da carcaça casada do boi foi de R$ 12,74/kg, 3,75% acima do recorde anterior, de R$ 12,28/kg, observado também em abril de 2015.

Demanda interna e exportações

Conforme pesquisadores do Cepea, do lado da demanda, no mercado doméstico, é comum observar certo aquecimento nas vendas nesta época do ano, quando atacadistas se abastecem, à espera de aumento na procura por carne, devido às típicas festas e churrascos.

No caso das exportações, pesquisadores do Cepea destacam que o volume embarcado pelo Brasil se mantém acima das 100 mil toneladas desde julho de 2018, resultado que tem sido influenciado especialmente pela demanda chinesa – nesta semana, inclusive, novas plantas frigoríficas brasileiras foram habilitadas para exportar carne ao país asiático.

Em outubro, o volume de carne bovina exportada pelo Brasil foi recorde e, nestes primeiros seis dias úteis de novembro, o país já registrou embarque de 37 mil toneladas da proteína, com média diária de 6,2 mil toneladas, um pouco abaixo das 7 mil toneladas em outubro/19 e das 6,5 mil toneladas em novembro/18, segundo dados da Secex. Ainda assim, caso esse ritmo permaneça até o final do mês, as exportações somariam cerca de 120 mil toneladas.

Quanto à oferta de animais, segue restrita em todas regiões acompanhadas pelo Cepea. De modo geral, o aumento do abate de fêmeas em anos recentes resultou em restrição de oferta de gado. Com isso, a pecuária nacional vai ter que responder com aumento de produtividade para conseguir atender à crescente demanda por novos lotes de animais para os frigoríficos, tendo em vista que o abate de fêmeas atingiu volumes recordes nos primeiros meses deste ano.

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