Apesar de desafios, pecuarista chegou a faturar R$ 6 mil por hectare em 2021

O que algumas fazendas de pecuária de corte fizeram de diferente para chegar aos resultados positivos em meio a um cenário agitado?

Fonte Giro do Boi

“Quem está na chuva toma raio de vez em quando”, comparou o zootecnista Antônio Chaker, diretor do Inttegra e coordenador do programa Fazenda Nota 10. Ele concedeu entrevista ao Giro do Boi nesta quarta, 08, para fazer um balanço do resultado da pecuária de corte em 2021.

Conforme analisou Chaker, 2021 foi “sem dúvida nenhuma um dos melhores anos que a gente teve quando você analisa o número”.

Segundo ponderou o consultor, o levantamento de indicadores é o que possibilita chegar à conclusão, apesar das agitações. “A pessoa que não tem o número fica com a sensação da experiência que ela viveu e acaba se concentrando naquilo que não foi positivo. Mas quando você tem os números, […] esses movimentos não são tão relevantes assim para o todo”, analisou.

NÚMEROS DA PECUÁRIA DE CORTE EM 2021

Em síntese, Chaker revelou alguns dos números das fazendas de pecuária de corte analisadas pelo Inttegra neste ano. Boa parte das propriedades tiveram 2% de taxa interna de retorno e ganharam 6% sobre o valor da terra que, por sua vez, já está se valorizando 34,5% ao ano.

“Então reclamar de barriga cheia é para quem não tem o número. Essa safra mostrou que a média de resultado que vem acontecendo é praticamente o que foi top rentável de dois anos atrás. Tem fazenda de pecuária de corte chegando a R$ 5.000,00 ou R$ 6.000,00 por hectare”, confirmou.

TEM FÓRMULA MÁGICA?

Sob o mesmo ponto de vista, Chaker apontou que as fazendas que chegaram a tal resultado foram as que trabalharam melhor o custo de produção. “Eu acredito que a melhor forma de se preparar para momentos difíceis é produzir barato. E produzir barato não é gastar pouco, mas pensar um sistema de produção com base em pastagem de qualidade, em produção de volumoso de alto nível”, constatou.

Além disso, o zootecnista revelou que a segunda forma para chegar ao resultados expressivos é usar contratar um seguro. “Sobretudo em ano de eleição isso passa a ser muito importante”, reforçou.

Em suma, o diretor do Inttegra afirmou que o ideal para quem pratica a pecuária de corte é gastar 0,6@ na produção de cada arroba. “Se não está assim, pare e revise a fazenda”, salientou.

PROJEÇÕES PARA 2022

Em conclusão, Chaker estimou como será o próximo ano para a pecuária de corte. Ele partiu de um cenário onde historicamente há inflação pelo ano eleitoral, o que pode limitar consumo e, consequentemente, o preço da arroba.

Segundo o consultor, recria e engorda segue sendo o sistema com potencial mais alto e ao mesmo tempo com maior risco. “A vida inteira nós pagamos entre 23 e 26% de ágio na reposição e nós superamos 40%. Agora, com retenção de matrizes desde 2019, possivelmente não vai ter aquele desespero para comprar bezerro. Também não vai voltar aquele ágio provavelmente da casa dos 20%, mas deve ter maior oferta de bezerro, o que já descomprime essa pressão.

Depois disso, Chaker tratou ainda da cria e ciclo completo. “Seguem entregando margens. A cria superando 40% nas profissionais e, o ciclo completo, 35%. Então são três atividades muito interessantes”, opinou.

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